Infância
As características físicas próprias das crianças, aliadas ao contexto sócio-histórico no qual estão inseridas, contribuem para a construção de uma representação de infância centrada na ideia de dependência. Dependência dos adultos (de uma família) que proporcionam a protecção e apoio necessários ao desenvolvimento da criança, no exercício das actividades que lhe são próprias: brincadeira, descobertas, aprendizagem. Uma outra RS da infância relaciona-a com a inocência.
Ideologicamente considerada como obcjeto de protecção e cuidados, a criança deve ser tutelada e estar sob a custódia de alguém idealmente preparado para responder as suas necessidades tanto físicas, como afetivas e educacionais. Enquanto sujeito desprovido, a criança é considerada como ainda não plenamente agente, competente e responsável.
Adolescência
Ao adolescente foi associado um lugar de transição e, portanto, de transformações necessárias e anteriores à vida adulta. Em outras palavras, a adolescência pode ser compreendida como um período de transição, que como tal envolve reconstruções do passado e elaborações de projetos futuros. Esta transição prende-se com as transformações do corpo, descoberta da sexualidade, rebeldia,
Muito próxima à vida adulta, essa fase do ciclo vital tem sido, recorrentemente, associada à idéia de emancipação, encargo este que tem contribuído para que o adolescente seja colocado à deriva, de forma que se espera dele a conquista da maturidade adulta como indício de conclusão de seu processo desenvolvimental.
Enquadrando-se o adolescente numa ideia de “ainda não consegue”, “ainda não faz”, e o velho na ideia de que “já não consegue”, “já não faz”, permite-se uma “desresponsabilização” do adulto relativamente a essas fases da vida, ao contrário do que acontece com a infância.
Idade adulta
As RS da idade adulta associam-na ao ápice do desenvolvimento humano, fazendo corresponder-lhe ideias como trabalho, produtividade, responsabilidade. O adulto deve , pois, assumir suas responsabilidades junto à família, garantindo a subsistência de seus membros através do trabalho.
Assim, as RS quer da Infância, quer da Adolescência, assentam nesta perspectiva de Desenvolvimento em ordem à “Adultez”, bem como as da Velhice, desprovendo de sentido esta fase da vida humana, já que a Idade Adulta se impõe como referência identitária para as restantes fases da vida humana.
Velhice
Embora associado à figura de uma pessoa sábia, experiente, espirituosa, madura, o idoso parece demarcar a fase do não-desenvolvimento, da decadência, do declínio e, consequentemente, do abandono.
Existe a tendência para negar a presença de desenvolvimento durante a velhice, como se a vida se encerrásse na fase adulta. Assim, criou-se para o idoso uma identidade social de indivíduo decadente, que se traduz na ideia de um sujeito abandonado e carente, cujos membros da sua família estão preocupados em trabalhar e produzir para atender, sobretudo, às necessidades das crianças.
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