terça-feira, 22 de março de 2011

Profissão: mãe!!!

Existe algo que li e me interpela continuamente desde então, deixando-me profundamente desconfortável: porque é que a preservação de uma identidade profissional ou paternal positiva de educadores e pais necessita passar pela demarcação de responsabilidades (passando-as para o domínio do inato, ou para o da família, consoante os casos)? Porque é que alguém que não deseja responsabilidades educativas envereda pela profissão docente, ou até pela maternidade ou paternidade? Para se ser bom professor, pai, ou mãe, não é necessário saber tudo o que há para saber sobre a função, ou ser perfeito em toda a sua actuação! – Mas é absolutamente necessário, isso sim, ter a humildade de reconhecer a própria ignorância e a abertura necessária à aprendizagem contínua.
É óbvio que há mínimos!… Uma das peças basilares desses mínimos, que tenho procurado cultivar desde que me lembro, em todas as relações interpessoais, e em especial naquelas em que tenha funções educativas, é que todas as nossas actuações influenciam de algum modo aqueles com quem interagimos; outra dessas peças, é que as nossas acções dependem do que pensamos, dos significados que construímos mentalmente (muitas vezes sem termos consciência desse facto!), e por isso, é fundamental reflectir amiúde, com uma atenção especial àquilo que pensamos e à forma como pensamos, bem como às verdades que construímos internamente para nos guiarem no nosso comportamento quotidiano; uma terceira é que quanto mais jovem for o indivíduo com quem interagimos, mais permeável é à influência do meio – e como tal, à nossa actuação junto dele - já que menos tempo teve para criar defesas internas a esse meio e à sua “hostilidade”, o que deve implicar um cuidado acrescido na forma como nos relacionamos com ele.
Posto isto, penso que os princípios que têm guiado o meu pensamento e comportamento vão bastante de encontro às ideias do texto, de que é crucial para qualquer educador reflectir sobre as suas próprias teorias implícitas, já que estas influenciam indelevelmente o seu comportamento pessoal e educativo no exercício das suas funções.
Outra das ideias do texto – a da importância da metacognição no processo de aprendizagem – como também já disse noutro post, apenas tem de novo para mim o nome. Tenho procurado, desde há muito tempo, vincular os meus filhos à importância das práticas de avaliação e gestão do próprio pensamento, que não passa apenas pelos processos de aprendizagem escolares, mas abrange toda a vida do indivíduo. Em todas as coisas e situações, e em todo tempo, existe uma fonte de saber. Há que estar alerta, e desenvolver desde cedo esse mecanismo fabuloso da metacognição, que nos permite avaliar e voluntariar o próprio processo de aprendizagem, e de construção de significados…

1 comentário:

  1. Muito bem dito Pat,

    Ser educador deveria implicar, pelo menos, educar com amor e estar sempre disponível para aprender.

    Beijinhos.

    Alexandra Caracol

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